2 de set. de 2015

Art Of Anarchy - Art Of Anarchy (2015)

Eita, Setembro de 2015, sendo que meu último post foi em ... Novembro do ano passado, acho... É rapaz (ou moça), estive bastante ocupado esses tempos, mais ocupado que a Andressa Urach depois de sair de "A Fazenda"! (porém, claro, sem ser o mesmo ofício).

Então, deixei até de postar o Top 10 do ano passado, que, foi um ano atípico pra mim, muita coisa que eu esperava ouvir, não atenderam minhas expectativas e eu meio que "me isolei" ouvindo a discografia do Buckethead. Então como os "meus melhores discos de 2014" ficariam capenga, melhor nem fazer lista, porém, o "de 2015" já tá sendo feito desde cedo, desse ano vai!


...


Porém, vamos ao que interessa:



– Que diabos é Art Of Anarchy?


Pois é,  foi a mesma impressão quando tive com a primeira informação sobre o "projeto/banda", e não foi da melhor forma possível que conheci o "negócio" ... Foi em uma matéria na qual Scott Weiland (ex vocal do Stone Temple Pilots/ ex-Velvet Revolver)  comenta que nunca fez parte do grupo, e que gravou vocais e compusera letra/melodia em um momento que ele estava "sem fazer nada, apenas".


— A banda não tinha mostrado nada ainda e ele já tava falando mal/se desfazendo do próprio trabalho?

Realmente, vocalista é uma raça complicada. Consequentemente os outros integrantes colocaram panos quentes nas declarações, que esperavam que Weiland "cooperasse" e que iriam ver, dependendo do que iria acontecer, quando saísse o material, fazer turnê e etc.


Às vezes eu penso que é jogada de marketing, o que for, mas é realmente complicado você destratar de um material que VOCÊ MESMO ajudou a fazer.



A Banda



Ron "Bumblefoot" Thal ... ih rpz, agora não sei qual gêmeo é qual, mas acho que é o Jon Votta, Scott Weiland, Vince Votta e John Moyer


Além do requebrento (e chiliquento, porém, que canta absurdos!) do Scott Weiland, o "interlocutor" da banda, que tentou amenizar as declarações do vocalista, foi nada menos que o principal (ou mais conhecido) guitarrista, Ron Thal ...


— Já ouvi esse nome em algum lugar ... Ron Thal ... Ron Thal ... Não é o Bumblefoot, aquele guitarrista do Guns N' Roses?

Ele mesmo! É até engraçado o "círculo" de músicos, Weiland, ex-vocal de uma banda com ex-integrantes do Guns N Roses, com o atual (ou nem atual assim, já que saiu) guitarrista do Guns N Roses.


A banda começou inicialmente em 2011, com a vontade de fazer música de Vince Votta com Ron Thal, amigo de longa data. Na outra guitarra está Jon Votta (irmão gêmeo de Vince Votta). E John Moyer, baixista do Disturbed/Adrenaline Mob/atualmente no Operation Mindcrime também. A escolha de Scott Weiland para os vocais, em 2012, deu-se pela versatilidade do vocalista em cantar vários tipos de sons, o que eu posso dizer é que ... ACERTARAM EM CHEIO, explico no review a seguir:



O Disco

 

01. Black Rain
02. Small Batch Whiskey
03. Time Everytime
04. Get on Down
05. Grand Applause
06. Til the Dust Is Gone
07. Death of It
08. Superstar
09. Aqualung
10. Long Ago
11. The Drift
 O material começa com a introdução "Black Rain", com um "background" de chuva, e um violão com influencias flamencas, tocadas por Ron Thal. Só pra dar um clima para em seguida ...

... "Small Batch Whiskey" chegar com guitarras, sintetizador e uma bateria grovada (além do baixo). Scott já "começa" chamando atenção com seus 2 vocais, um terceiro eventualmente; além do groove, Vince Votta usa bastante o pedal duplo no contratempo; há também uma guitarra mais arrastada e outra solando (pelo que eu pude perceber, alternada entre o Jon Votta e Bumblefoot).


Seria um "pé na porta" grovado! Antes do solo rola um slide mais blueseiro/country, mais sintetizadores, e um solo cheio de wah wah!  Ah, e a música termina com uma gaita (eu disse country?)


– Eita, "suruba musical" logo no começo? 

Pois é, sintetizadores, slide, gaita, sujeira, groove, contratempo, wah wah ...


Em seguida vem "Time Everytime" segundo single do disco, uma música mais arrastada onde Vince mete a porrada na bateria (literalmente), um "vuco-vuco" (distorção nas guitarras), vocal bem grave do Scott Weiland (2 vozes novamente). Na segunda parte da música, Scott canta mais alto, com um refrão grudento (que provavelmente vai martelar sua cabeça). Mais pra frente, a bateria marca o tempo e Jon Votta faz o solo, muito bom solo, por sinal!


"Get On Down" chega com uma guitarra mais melódica, Scott Weiland cantando ABSURDOS, é uma música mais cadenceada. Vale salientar a bateria variada mesmo em uma música com essa característica, além de um solo de guitarra sensacional! O disco continua com "Grand Applause", que, agora sim, chega com o pé na porta, pedalzinho duplo, guitarra extremamente suja, "piabada" na bateria (sem abrir mão do groove), é uma música mais "heavy metal". Com direito a parte de guitarra a la Zakk Wylde ... Não esqueçamos do solo duplo. E por mais incrível que pareça, Scott não fica "perdido" na música, canta em tons altos e tudo mais, encaixou bem na música, aliás, é um diferencial do material, ouvi-lo cantar algo mais pesado do que ele costumava trabalhar.




O primeiro som da banda que ouvi foi "Til The Dust Is Done", primeiro single do material, é melódica e pesada ao mesmo tempo (distorção). Com bastante variação vocal (outro destaque pro Weiland). Fraseando, há um violão "flamenco" em partes das música, inclusive, o solo é de violão. Outro show a parte de Vince Votta, ora cadenceado, grovado, ora metendo o braço na bateria, colocando pedal duplo e variando sua linha rítmica.


"Death Of It" é A música do disco. Só faltei pular da cadeira quando ouvi ela pela primeira vez. Assim como fui percebendo elementos dela, conforme fui ouvindo mais vezes essa faixa. Piano, violão, com guitarras melódicas (por sinal, tem uma parte fraseando umas estrofes que acrescentaram BASTANTE ao arranjo da música) e guitarra mais rítmica ... A música alterna em partes mais "feeling"/calmo com algo mais intenso/pesado, É SENSACIONAL! Claro que o destaque individual é inevitavelmente a linha vocal de Scott Weiland, foi através dela que eu "percebi" que valia a pena insistir nele (mesmo com seus problemas pessoais). Bom, elogiar a linha de bateria seria chover no molhado, e um BAITA SOLO (digasse de passage) de Jon Votta.  O trampo da banda toda é louvável, Musicão!

Esse tapping ... "Superstar" começa com essa introdução de Ron Thal, segue mais grovada, bem pesada (tanto a bateria, tanto as guitarras). E novamente o vocal não fica perdido, encaixou muito bem, aliás, ter um material pesado desse com um vocal que você "não esperava" cantar algo assim e se surpreender positivamente é incrível!  Em seguida, começa "Aqualung", com um riff mais rítmico, continua com um baixo bem alto, grovado (acompanhando a bateria), não falei muito do John Moyer, mas ele fez um ótimo trabalho no disco todo! Além disso, interessante a subida e descida de tom nela em sua linha rítmica (bateria principalmente). Outro destaque: a música tem um ótimo solo!


Introdução de bateria, guitarra melódica, começa "Long Ago", com um refrão grudento, performance interessante de Weiland, com (novamente) 2 vozes. Os arranjos das 2 guitarras dessa música dão o andamento, além do tecladinho de fundo, boa música!  Pra fechar a bolacha, "The Drift" chega com riff pesado, contratempo com bumbo duplo (de praxe, né?), dando contraste, um vocal melódico. E no meio disso tudo ainda tem sintetizadores e bumbo duplo rápido, sem abrir mão de uma base mais grovada! Acho que nem eu consigo explicar direito, só sei que a mistura é excelente!



O Veredicto!  

 

Fazia tempo que não ouvia um debut desse nível!  Não ter criado hype foi algo bom, fui pego de surpresa com um material tão bom, bem trabalhado, fugindo do clichê, com arranjos muito interessantes (por sinal, meu review foi pautado nos arranjos mesmo). Quando saiu a primeira "promo" do álbum, Vince Votta comentou que "era uma banda disposta a erradicar as fronteiras musicais em busca de algo brilhante" e "musicalidade ímpar, capazes de conquistar ouvintes do bom e velho rock n' roll". O que eu posso dizer é que de certa forma eles conseguiram atender ao que se propuseram, e explico o porquê:

Vejo o material como uma alternância entre hard rock e heavy metal, porém com uma musicalidade diferente do que o Alter Bridge (magistralmente) faz. Citei Alter Bridge como referência de uma banda que consegue andar pelo hard rock e heavy metal, com identidade própria, ou seja, é um elogio GRANDE ao Art of Anarchy!


E essa musicalidade diferente se deve pela fonte, seja do grunge, seja do post grunge, do hard rock e metal atual, seja das influências ou material solo de Bumblefoot, colocadas no material do Art com arranjos muito interessantes. Seja do talento dos dois irmãos Votta (que eu não conhecia ainda) e claro, a linha vocal ímpar de Scott Weiland, que como puderam perceber, é meu destaque individual. 


Colocou no bolso os dois discos do Velvet Revolver, acho que a última vez que tinha ouvido um material tão rico em linhas vocais dele, foi em algum registro do Stone Temple Pilots dos anos 90! E digo mais, talvez tenha sido a maior "exploração" do trampo vocal de Weiland em toda sua carreira. 


Espero que ele grave mais materiais assim quando "não tiver nada pra fazer".






Ouça no Spotify 

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