27 de jun. de 2015

Palpites UFC Fight Night 70 - Machida x Romero




O UFC volta ao Its Electric após algumas semanas de folga, e justamente na Florida, coloca frente a frente dois grandes nomes dos pesos médios, Lyoto Machida encara Yoel Romero, ambos buscam melhorar sua posição no Ranking da categoria, a luta é importantíssima para ambos.

Machida enfrenta a desconfiança de uma apresentação muito fraca diante Luke Rockhold, na qual foi superado física e tecnicamente pelo ex-campeão do Strikeforce, Romero atravessa uma boa fase mas sua última luta contra Tim Kennedy foi polêmica após um erro absurdo do árbitro, no qual Romero semi nocauteado não conseguia voltar após 1 minuto de descanso entre os rounds. Romero enrolou, voltou e nocauteou o adversário.

Entretanto nada disso entra no cage nesse sábado, um combate difícil que promete muitas emoções.

Vamos aos palpites do card principal.


Hacran Dias (22-3-1) vs. Levan Makashvili (7-1) Palpite => Hacran Dias vence,
Thiago Santos (10-3) vs. Steve Bosse (10-1) Palpite => Thiago Santes vence.
Antonio Carlos Junior (4-1) vs. Eddie Gordon (7-3) Palpite => Antonio Carlos Jr vence.
Santiago Ponzinibbio (20-2) vs. Lorenz Larkin (15-4, 1 NC) Palpite => Santiago Ponzinibbio vence.
Lyoto Machida (22-6) vs. Yoel Romero (9-1) Palpite => Yoel Romero vence.

26 de jun. de 2015

Tremonti - Cauterize




Nota: 7,5


Mark Tremonti é um guitarrista talentoso que ficou alguns anos escondido por trás de toda a máquina de hits e publicidade de sua ex-banda, o Creed, após o hiato do conjunto e o surgimento do Alter Bridge em 2004 todo o potencial do guitarrista começou a aparecer, o sucesso no mercado Europeu e a estabilidade na América do Norte possibilitaram projetos mais ambiciosos por parte dele.

Em 2012 lançou seu primeiro disco solo, I All Was, e agora nas férias do Alter Bridge, soltou o mais um trabalho de estúdio,  Cauterize, que coloca uma roupagem Heavy Metal em suas composições despejando peso, velocidade e melodia. Além das guitarras, Tremonti faz os vocais principais e é acompanhado por uma banda competente, formada por Eric Friedman na guitarra base, Wolfgang Van Halen (filho de Eddie Van Halen) no baixo e Garrett Whitlock na bateria.

O tom descontraido é o grande atrativo da carreira solo do guitarrista, que é um headbanger declarado  e usa seu projeto solo para lançar canções mais pesadas e menos elaboradas que sua banda principal, o Alter Bridge. Apesar do tom descompromissado, Cauterize é muito bem acabado, mixagem de primeira e a produção é cristalina, focando no peso.

O novo trabalho solo do Tremonti não é pretensioso, e dentro da simplicidade consegue entregar um resultado muito bom, principalmente quando coloca sua técnica em primeiro plano aliado a uma banda afiada, o bom trabalho do caçula Van Halen no baixo também merece destaque junto a bateria pesada e precisa de Whitlock.

As dez faixas de Cauterize passam rápido, e a abertura com Radical Change é um bom inicio, pesadíssima e acelerada, mostra o quarteto tocando Metal de alta qualidade, o groove dá as caras em Flying Monkeys, a faixa título, pisa fundo no acelerador graças a bateria pulsante no inicio, e desacelera com um refrão bem fácil, destaque para as boas guitarras espalhadas em várias camadas sonoras, mostrando versatilidade nos arranjos.

Arm Yourself é quase thrash metal com as bases palhetadas e no fraseado de baixo, no refrão temos aquele clichê da parada com entrada da voz uma oitava acima, apesar de não ser a idéia mais original do mundo, funciona por aqui. O fato de não ter uma música explosiva como hit não compromete o desempenho do Tremonti que se desenvolve bem, como na interessante Dark Trip que poderia estar em AB III do Alter Bridge, um grande trabalho dos vocais de Mark além de interessantes  interlúdios instrumentais com destaque ao solo formidável,a melhor faixa do disco.

Sem surpresas, Another Heart é a típica música composta por Mark Tremonti, um Hard Rock mid tempo recheado de melodias. Apesar da ausência (esperada) de sons épicos, Cauterize se devolve bem até seu final, como na lenta e interessante Fall Again que remete vagamente ao Creed. Tie The Noose expõe mais uma vez o lado pesado formado pela parede das guitarras de Tremonti e Friedman e do baixo de Wolfgang Van Halen, falando nele, temos uma grande linha de baixo nessa faixa.

Para fechar, Sympathy tem um belo arranjo em maior harmônico, levantando o astral em um grande refrão e Providence reascende os arranjos acústicos de dos tempos Creed , em uma bela peça de guitarras acústicas no inicio, seguida de ótimas harmonias nas guitarras e vocais com incursões pesadas do instrumental, música que  que garante um encerramento digno do disco.

Cauterize é um bom disco e consegue atingir seus objetivos de dar vazão às criações de Mark Tremonti fora do universo do Alter Bridge, uma artista talentoso que consegue se destacar usando a sua técnica apurada pilotando sua guitarra além de  estar acompanhado de uma banda bastante competente. Pode conferir sem medo!

Cauterize (2015)




A Banda

Mark Tremonti (Vocais e Guitarras)
Eric Friedman (Guitarras Backing Vocals)
Wolfgang Van Halen (Baixo e Backing Vocals) 
Garrett Whitlock (Bateria)








23 de jun. de 2015

Test Time Review # 13 - Tim "Ripper" Owens no Judas Priest - Demolition (2001 - Parte II)





Quem acompanhou o lançamento de Demolition e toda a expectativa gerada em torno dele vai lembrar desses relatos, após a tour bem sucedida de Jugulator, e do resultado satisfatório de 98'Live Meltdown, todos aprovavam a nova formação no palco, mas muitos queriam um material mais próximo do Judas Priest clássico, uma vez que Tim Owens se mostrou perfeitamente adaptado a banda, porém o direcionamento pesado, mesclando o metal tradicional ao thrash e toques industriais causaram reações adversas de uma parcela significativa dos fãs.

A Banda

Tim Owens (Vocal)
Glen Tipton ( Guitarra)
K.K Downing (Guitarra)
Ian Hill (Baixo)
Scott Travis (Bateria)


O Contexto

A cena Metal vivia a explosão do New Metal na América do Norte e Reino Unido, e do Power Metal, Progressivo e Black Metal na Europa, Ásia e América do Sul, em meio a tantas tendências as reuniões das bandas clássicas pipocavam, Black Sabbath lançara Reunion em 98 e rumores de um novo álbum e tour pairavam no ar,  Iron Maiden colhia frutos da volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith e Rob Halford ensaiava a volta ao som tradicional após experimetos do Two com sua banda Halford.

Pelos lados do Priest, no estúdio, a banda já adentrava a época da internet soltando boletins das gravações do então novo álbum da banda, com vídeos e pequenos trechos de riffs, vocais e bateria, em algumas entrevistas Glen Tipton e KK Downing falavam em um álbum mais melódico que o antecessor, mas visando o século XXI, ou seja, ninguém de fato sabia o que esperar do registro.

Com tanta coisa acontecendo, em julho de 2001 Demolition é lançado e então começam os reviews da imprensa anteriores ao lançamento (sim, em 2001 ainda não existiam vazamentos tão frequentes) se dividiam, uns falavam que era um Judas Priest melódico e pesado, outros taxavam de quase new metal, lotado de sintetizadores e acordes dissonantes. No fim das contas o disco era tudo isso misturado.

As Impressões do Passado

Demolition era estranho de fato, e uma certa crise de identidade podia ser percebida em algumas músicas, a banda se encontrava em uma situação delicada, ao mesmo tempo que buscava uma atualização sonora e uma progressão iniciada em Painkiller (1991) acentuada em Jugulator (1997) tentava se reconciliar com o passado, e isso pesou no resultado final.

Confesso que sempre gostei de Demolition, mas nunca achei que estava a altura de Tim Owens, o maior prejudicado de tudo, uma vez que as composições eram majoritariamente feitas por Glen Tipton e Kk Downing. 

Ao passo que a pesada e thrash Machine Man continuava com a estética de Jugulator, One On One trazia guitarras emparelhadas e solos melodiosos, mas tudo envolto de sintetizadores que derma um toque interessante nos timbres. Ainda temos a eclética Hell Is Home que se assemelhava ao som do Alice In Chains e Godsmack, uma grande música, mas totalmente diferente do que a banda costumava a fazer.

Momentos menos inspirados também davam as caras como Devil Digger que se aproximava bastante do que Marilyn Manson fazia na época, a instabilidade marcou Demolition, Bloodsuckers é uma grande canção, a melhor do disco, enquanto que In Between tem a cara e o jeito de um B-side, Feed On Me é interessante com uma linha melódica que lembrava a banda Dio, mas com efeitos e sintetizadores. E assim o disco vai até o final, coma polêmica Metal Messiah, que junta o Metal oitentista com o New Metal de forma ousada e interessante. 

Em termos de perfomance, é inegável que a banda estava em grande forma, e tudo é muito bem excecutado, os ponto positivos são o retorno das guitarras melódicas e os vocais sempre acertados de Tim Owens,a além de uma presença mais forte do baixo de Ian Hill aliado a bateria forte e Scott Travis. Por sua vez os pontos negativos ficam em torno de um álbum longo, com muitas canções dispensáveis e alguns sintetizadores que não casaram com algumas composições

Como o álbum envelheceu?

Demolition envelheceu de forma curiosa, o esforço em soar moderno para a época, inicio dos anos 2000, faz com que hoje ele soe datado em alguns momentos, a impressão de que Glen Tipton e KK Downing queriam se ajustar ao mercado da música pesada é latente, e tendência do Heavy Metal em soar mais industrial e sintetizado se esvaziou. Com isso percebemos  o passar do tempo mostra que autenticidade é atemporal, ou seja, Britsh Steel de 1980 soa mais atual que Demolition, nesse aspecto a arte é irônica.

Mas torna-se inevitável olhar para o que o Judas Priest fez com a  volta de Rob Halford, e perceber que eles tentam a todo custo remontar um passado que não volta, e Demolition, mesmo não sendo um disco perfeito, marcou a tentativa de colocar  a banda em uma nova etapa em termos sonoros. 

Ouvindo o disco hoje, percebo que muito que foi feito nele era bem intencionado mas mal conduzido em alguns aspectos, gosto de Demolition e volta e meia ele rola aqui no play,  mas Tim Ripper Owens merecia cantar um trabalho melhor.
Live In London


Para fechar o ciclo de Tim Owens a banda lançou o ao vivo Live In London, mostrando o Judas Priest afiado no palco mesclando músicas da fase clássica com material novo, o disco não tem o mesmo impacto de 98' Live Meltdown, mas é um documento digno desse ciclo.

One On One (Live In London)




Blood Suckers (live bootleg 2002)



Track List

  1. Machine Man
  2. One On One
  3. Hell Is Home
  4. Jakyll And Hyde
  5. Close To You
  6. Devil Digger
  7. Bloodsuckers
  8. In Between
  9. Feed On Me
  10. Subterfuge
  11. Lost And Found
  12. Subterfuge
  13. Metal Messiah
Após a tour do Demolition, Rob Halford retornou em 2004 para iniciar os trabalhos de Angel Of Retribution lançado em 2005, e Tim Owens foi efetivado no Iced Earth, no qual gravou dois discos de estúdio, mas isso é outra história que será contada na quarta parte da discografia da banda.


21 de jun. de 2015

Faith No More - Sol Invictus





Nota: 8,00


Quem acompanha o Faith No More desde seu auge de popularidade no fim dos 80's e inicio dos anos 90 até seu auto imposto declínio no fim da mesma década sabe da capacidade dos caras em soar autênticos, aliás a maior qualidade e o maior defeito deles é justamente esse, não seguir padrões.


A imprevisibilidade é uma marca registrada do FNM, e essa tendência de desconstruir o passado e repaginar sua sonoridade se deu no auge de popularidade da banda, The Real Thing, segundo disco da banda e estréia de Mike Patton  explodiu em sucesso, seu sucessor Angel Dust chocou o mundo ao soar experimental e até certo ponto nilista, dando o pontapé inicial, mesmo que embrionário, ao que chamamos hoje de New Metal.


Pois bem, após mais dois discos e um hiato que se iniciou em 1998, a banda voltou aos palcos e iniciou planos para o novo álbum de estúdio, Sol Invictus marca o retorno do Faith No More e a espera valeu a pena.


Quem esperava (será que alguém esperava) o guitarrista Jim Martin de volta pode esquecer, Jon Hudson continua no posto, o resto da formação se dá com Mike Patton nos vocais, Billy Gould no Baixo, Roddy Bottum nos teclados e Mike Bordin na bateria.


Musicalmente Sol Invictus é um grande disco, bem produzido e muito bem arranjado, mas talvez o fantasma de Jim Martin ainda ronde por ai, uma vez que assim como em Album of The Year (1997) as guitarras tímidas causam certo incomodo, nada que diminua a qualidade que emana das 10 composições presentes.


Tentar rotular a música do Faith No More é perda de tempo, uma vez que a banda se desloca entre o Rock Clássico, Hard Rock e até passagens mais Heavy Metal, uma pena que as cativantes influências funkeadas foram deixadas para trás, algo compreensível nos dias de hoje.


Talvez as grandes expectativas possam prejudicar o disco em uma primeira audição mas com o passar do tempo torna-se prazeiroso desvendar Sol Invictus, e sua sonoridade distinta, as guitarras e os teclados e pianos se apoiam na bateria certeira de Bordin e ao Baixo pulsante de Gould, instrumental forte que prepara o terreno para os vocais excelentes de Mike Patton.


A faixa titulo, Sol Invictus é calma e obscura com pianos na frente da mixagem liderada pelos vocais de Patton,  abre passagem para a já conhecida Super Hero que poderia estar em Angel Dust, pesada com um refrão arrastado envolto de um coro bem sacado.


O groove suave aliado a explosão vocal de Sunny Side Up adiciona um tempero interessante ao disco, uma típica música do FNM, a partir daqui o disco perdeu um pouco da intensidade, mas não da qualidade, Separation Anxiety é experimental e barulhenta, com uma bela linha de baixo, mas falta algo, talvez mais melodia,  Cone Of Shame segue a mesma tônica da anterior, alternâncias entre momentos barulhentos e incursões de melodias vocais.


Voltando aos momentos mais fortes, Rise Of The Fall é uma viagem dentro das maluquices da banda, com Mike Bordin descendo o braço na bateria, uma das melhores do play, Black Friday viaja entre diversas influências, com bastante ênfase as guitarras Jon Hudson, Motherfucker foi a primeira música divulgada pela banda e não acrescenta nada ao disco, mas sua veia sarcástica é impagável.


Para fechar o disco temos a cadenciada e melodiosa Matador, um show de Mike Patton com vocalizações afiadas, From the Dead fecha quase como uma vinheta acústica, em um clima bem amistoso e descontraído.


Ouvir esses caras lançando um novo disco é sempre bom, mesmo que muitos como eu sejam viúvas de Jim Martin, e que o Faith No More não pare por aqui pois o mundo precisa mais do que nunca da competência e talento desse quinteto.


Sol Invictus (2015)




A Banda

Mike Patton (Vocais)
Billy Gould (Baixo)
Roddy Bottum (Teclados)
Jon Hudson (Guitarras)
Mike Bordin (Bateria)